Lula | Foto: Reprodução |
As CPIs, tradicionalmente utilizadas pela oposição, têm o poder de paralisar a pauta do Congresso, imobilizando discussões cruciais, como os pacotes do Imposto de Renda e da Segurança. Além disso, ao expor a corrupção no INSS, a CPI acaba dividindo a atenção da mídia e da sociedade com o julgamento de Bolsonaro no STF, criando um ambiente de instabilidade para o governo.
Davi Alcolumbre e Hugo Motta, conhecidos por sua habilidade política, têm se mostrado pragmáticos, embora, ao longo do tempo, suas lealdades podem ser testadas, especialmente com as movimentações que visam 2026, a sucessão presidencial. Ambos têm se comprometido com a governabilidade, mas sabem que sua posição pode ser colocada à prova conforme a popularidade de Lula continua a cair.
A recente federação partidária entre PP e União Brasil, que une legendas historicamente anti-PT, como o ex-DEM e o ex-PSL, também serve como um aceno à oposição, ao bolsonarismo e um sinal de alerta para o governo. Com 109 deputados, 14 senadores, 1.330 prefeitos, e seis governadores, a federação é uma força considerável, contando também com quatro ministros no governo. O evento de lançamento, marcado pela ausência de representantes do Planalto, contou com a presença de figuras importantes da oposição, como Valdemar Costa Neto e Sóstenes Cavalcanti, do PL, e Ciro Nogueira, presidente do PP, ex-ministro de Bolsonaro e ferrenho opositor de Lula.
O principal desafio para o governo de Lula é, sem dúvida, a relação com o Congresso, onde a sensação de fragilidade é crescente. Com aliados cujas lealdades podem se dissipar à medida que as eleições de 2026 se aproximam, a base de apoio do presidente parece cada vez mais instável. Mesmo com toda sua trajetória de líder sindical, Lula se vê, hoje, incapaz de avançar em pautas essenciais, e a imagem do presidente no Primeiro de Maio, isolado no Palácio da Alvorada, é um retrato da fragilidade de seu governo neste momento político.