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Presidente Lula |
As declarações foram dadas durante conversa com jornalistas após compromissos oficiais na capital chilena, onde o presidente brasileiro participou de um encontro com chefes de Estado de viés progressista para discutir a proteção da democracia na América Latina. Lula afirmou que o tema das tarifas não foi pauta do evento, pois se trata de uma questão bilateral com os EUA.
O impasse teve início após o anúncio, feito por Trump em 9 de julho, da aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A medida deve entrar em vigor em agosto. Diante disso, o governo brasileiro busca alternativas diplomáticas e analisa contramedidas, incluindo a possibilidade de romper patentes de medicamentos norte-americanos como forma de retaliação.
Apesar do cenário tenso, Lula disse estar sereno e elogiou o desempenho dos ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) na condução do caso. O presidente também destacou a importância do diálogo direto entre empresários dos dois países, ressaltando que os setores produtivos de ambos os lados saem prejudicados com a medida.
Demonstrando disposição para o diálogo, Lula afirmou que gostaria de conversar com Trump: “Dois presidentes precisam conversar levando em conta os interesses de suas nações. Não vejo problema em o Trump defender os interesses dos Estados Unidos, mas ele precisa entender que eu estou aqui para proteger os do Brasil”.
Na agenda internacional, Lula esteve acompanhado de outros líderes da região, como Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Yamandú Orsi (Uruguai) e Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha. O encontro teve como foco principal a promoção e defesa dos valores democráticos.
Ao final da reunião, Lula fez um alerta sobre os riscos do extremismo político: “A democracia está ameaçada pelo extremismo, assim como esteve quando o partido Nazista foi fundado e Hitler chegou ao poder”, comentou o presidente antes de embarcar de volta a Brasília.