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Nikolas e Lula |
A escolha de Nikolas Ferreira para a relatoria — o posto mais influente de uma CPI, responsável por conduzir as investigações e elaborar o relatório final — é altamente simbólica. Como uma das vozes mais proeminentes e contundentes da oposição bolsonarista, sua nomeação sinalizaria a intenção de promover uma investigação com forte viés político e de confronto direto com o Palácio do Planalto.
A CPI do INSS tem como objetivo apurar uma série de supostas irregularidades na autarquia, incluindo as gigantescas filas de espera para a análise e concessão de benefícios, suspeitas de fraudes milionárias e a eficiência da gestão do órgão, que impacta a vida de milhões de aposentados e pensionistas brasileiros.
Para analistas políticos, a estratégia do Centrão é clara: utilizar a comissão como uma ferramenta de pressão. Ao controlar a relatoria com um nome de oposição, o bloco pode pautar os trabalhos, gerar manchetes negativas para o governo em uma área social extremamente sensível e, com isso, fortalecer sua posição para futuras negociações de cargos e verbas.
A definição dos cargos de presidente e relator da CPI deve ocorrer nas próximas semanas, mas a articulação em torno do nome de Nikolas Ferreira já estabelece o tom combativo que deve marcar os trabalhos da comissão, transformando o INSS no mais novo campo de batalha entre o Congresso e o governo Lula.