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Presidente Lula e Volodymyr Zelensky |
Desde o início do terceiro mandato do governo Lula, o Brasil tem sido alvo de críticas por parte da Ucrânia. Para o governo de Zelensky, certas declarações e ações do líder brasileiro são interpretadas como posicionamentos favoráveis à Rússia.
A relação entre os dois países ficou ainda mais tensa após a viagem de Lula a Moscou, no início de maio, para as celebrações do 80º aniversário do Dia da Vitória. Naquele período, o governo ucraniano recusou, em pelo menos duas ocasiões, tentativas de conversas telefônicas entre Lula e Zelensky. Kiev considerou a iniciativa de reaproximação de Lula como um gesto de "cinismo", visando "mascarar" um possível novo sinal de apoio ao presidente russo, Vladimir Putin.
No entanto, a diplomacia brasileira nega qualquer crise na relação bilateral. Fontes ouvidas pelo Metrópoles afirmam que o diálogo em nível diplomático funciona adequadamente. O governo do Brasil, acrescentaram, busca resgatar a comunicação direta entre os presidentes Lula e Zelensky, que têm tido poucos contatos desde o ano passado. Um encontro entre os dois líderes chegou a ser anunciado durante a última cúpula do G7, no Canadá, mas não se concretizou devido a conflitos de agenda.
Mais cedo, Zelensky anunciou ter se reunido com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, para definir os nomes de 16 novos embaixadores. Apesar disso, a embaixada da Ucrânia no Brasil permanecerá sem um chefe diplomático, posto vago desde o início de junho, quando Andrii Melnyk deixou o cargo em Brasília para assumir uma função na Organização das Nações Unidas (ONU).
A decisão de manter a embaixada sem um embaixador em Brasília reflete a insatisfação do governo ucraniano com alguns posicionamentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que são percebidos como favoráveis à Rússia. No cenário diplomático internacional, a ausência de um embaixador é frequentemente vista como um sinal de descontentamento de um país em relação à nação anfitriã da missão.
Expansão na América Latina e Redução de Relações com Cuba
Conforme antecipado por reportagens anteriores, Zelensky também anunciou a abertura de quatro novas embaixadas da Ucrânia em países da América Latina: Equador, República Dominicana, Panamá e Uruguai. Paralelamente a essa expansão de sua presença na região, o governo ucraniano decidiu reduzir suas relações diplomáticas com Cuba, segundo fontes informadas.