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João Caldas articula comando do DC em Alagoas para reposicionar JHC no cenário político

25_07

/ Por Redação
João Caldas e JHC

Em meio às movimentações políticas que antecipam o cenário eleitoral de 2026, o ex-deputado João Caldas está em negociação para assumir o comando do partido Democracia Cristã (DC) em Alagoas. A articulação está sendo conduzida diretamente com o presidente nacional da legenda, José Maria Eymael, e pode representar uma reconfiguração estratégica do campo político de seu filho, o prefeito de Maceió, JHC (PL).

A possível mudança de legenda tem como objetivo preparar o terreno para uma transição do prefeito para um partido de centro, o que permitiria a ele se distanciar da imagem cada vez mais consolidada do PL como uma sigla fortemente alinhada ao bolsonarismo. A ideia é promover um reposicionamento que minimize desgastes com setores do eleitorado mais moderado e facilite a construção de pontes com grupos políticos ligados ao governo Lula.

Além de buscar uma imagem mais neutra no cenário nacional, a movimentação também pode refletir um pragmatismo necessário no tabuleiro alagoano. Em um estado onde o senador Renan Calheiros (MDB) mantém forte presença e influência, aproximar-se de figuras associadas ao entorno do presidente Lula e da família Calheiros pode ser uma estratégia para reduzir barreiras e abrir caminhos para alianças futuras.

A articulação em curso indica, sobretudo, três frentes de interesse:

  • Reposicionamento político-ideológico: a saída de um partido de direita para uma sigla de centro representa uma tentativa de moderação simbólica, sem rupturas bruscas.

  • Reconfiguração de alianças: a abertura para o diálogo com o Palácio do Planalto pode ser um passo para reequilibrar forças e estabelecer algum grau de entendimento com o campo governista.

  • Disputa pelo protagonismo local: ao movimentar-se nesse sentido, JHC busca preservar competitividade em cenários futuros, seja na tentativa de um mandato no Senado ou em outro projeto majoritário, ao mesmo tempo em que confunde e fragiliza adversários que tentam manter o eleitorado polarizado.

Contudo, a estratégia envolve riscos calculados. Mudar de sigla e sinalizar aproximação com antigos adversários pode provocar ruídos junto à base política já conquistada. Além disso, não há garantias de que o novo campo de atuação receberá o prefeito com a adesão e o entusiasmo esperados.

A operação, embora voltada para o médio e longo prazo, é vista como mais um movimento de bastidores com potencial de redesenhar o mapa eleitoral de Alagoas — especialmente se confirmada a candidatura de JHC ao Senado em 2026.

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