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União dos Palmares: A aberta guerra política pelo controle da gestão

25_06

/ Por Redação

 

Kil e Júnior Menezes
A crise política que se desenrola em União dos Palmares, protagonizada pelo atual prefeito Júnior Menezes e seu antecessor Kil Freitas (MDB), ilustra com precisão uma das dinâmicas mais recorrentes — e complexas — da política alagoana: a instabilidade das alianças entre líderes locais que, mesmo unidos por interesses eleitorais e partidários, frequentemente se chocam na disputa pelo controle real da administração pública.

Neste caso específico, a exoneração da secretária de Educação, Rimelc Shirley — indicada por Kil — pode simbolizar mais do que uma simples mudança administrativa: mostra um possível rompimento tácito de um acordo de poder. A decisão de Júnior Menezes de afastar uma figura ligada ao ex-prefeito, mesmo sob o discurso de continuidade e parceria, revela um movimento claro de centralização e afirmação de autonomia política, algo comum entre gestores que, após assumirem o cargo com apoio de padrinhos fortes, buscam se desvencilhar da influência direta desses mesmos aliados.

Ainda que publicamente ambos insistam no tom conciliador — com Kil dizendo que "está tudo tranquilo" e Júnior reforçando que o ex-prefeito continua sendo seu pré-candidato a deputado estadual em 2026 —, a leitura política dos bastidores sugere o contrário: há um redesenho de forças em curso. Menezes estaria buscando consolidar seu próprio espaço e marca de gestão, enquanto Freitas, ao ver suas indicações sendo retiradas, perde capital simbólico e operacional dentro da máquina pública.

Esse tipo de "racha silencioso" é típico em contextos onde o poder é compartilhado apenas formalmente, mas na prática se converte em um campo de tensão permanente. E em municípios como União dos Palmares, a influência sobre áreas estratégicas, como a Educação, carrega não apenas relevância administrativa, mas peso político-eleitoral — afinal, envolve contratação de pessoal, repasse de recursos e visibilidade junto à população.

A divisão de opiniões entre os eleitores apenas reforça o quão delicada é a equação: de um lado, os que veem na atitude de Júnior Menezes uma afirmação necessária para governar com mais liberdade; de outro, os que interpretam a mudança como uma quebra de compromisso com quem o ajudou a chegar ao poder. Em ambos os casos, o saldo é o mesmo — uma aliança abalada, com efeitos ainda incertos para 2026, mas que desde já alimenta especulações sobre possíveis novos arranjos políticos.

No xadrez local, Júnior Menezes joga agora com a peça do protagonismo, enquanto Kil Freitas, ferido em sua influência, precisará redefinir sua estratégia para manter-se relevante e viável eleitoralmente no curto prazo. A política alagoana, como de costume, segue sendo um jogo de poder em constante mutação.

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