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Lula e Paulo Dantas | foto: Reprodução |
Segundo informações divulgadas pela colunista Malu Gaspar, de O Globo, o alerta ocorreu em abril, durante uma conversa por telefone. Dantas afirmou que a indicação de Maria Marluce poderia fortalecer o campo bolsonarista, já que JHC é filiado ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e mantém articulações com Lira, um dos principais opositores de Lula no Congresso. “JHC é mais acostumado a não cumprir compromissos do que a cumprir”, disse o governador à coluna.
A possível nomeação de Maria Marluce, que integra a lista tríplice para a vaga do STJ desde outubro de 2023, intensificou a disputa interna na política alagoana — apelidada nos bastidores de “Faixa de Gaza” — e levantou suspeitas sobre a real lealdade de JHC ao projeto de reeleição de Lula. Embora JHC tenha sinalizado interesse em migrar para a base governista, possivelmente no PSB, sua proximidade anterior com Bolsonaro gera desconfiança entre aliados do presidente.
Na mesma conversa com Lula, Paulo Dantas teria lembrado que Maceió foi a única capital nordestina onde Lula perdeu para Bolsonaro no segundo turno de 2022, reforçando suas dúvidas quanto à confiabilidade de JHC. “Nem Lula confia nele”, comentou uma fonte ouvida pela coluna.
Enquanto isso, Lula já preencheu a vaga do STJ destinada à Justiça Federal, nomeando o desembargador Carlos Pires Brandão, do TRF-1, na semana passada. A cadeira do Ministério Público, no entanto, segue em aberto e alimenta especulações sobre articulações políticas nos próximos meses.
Além de Maria Marluce, a lista tríplice inclui o subprocurador Carlos Frederico Santos e o procurador de Justiça do Acre Sammy Barbosa, este último com apoio declarado de Paulo Dantas e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A decisão final cabe ao presidente Lula, que, apesar de ter ouvido as preocupações de Dantas, ainda não revelou qual será sua escolha.