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Remoção de ônibus na Serra da Barriga | Foto: Johnny Lucena |
O trabalho começou logo nas primeiras horas do dia, sob forte neblina que dificultava a visibilidade na área onde o veículo está localizado — a cerca de 200 metros do ponto de queda, em meio a mata fechada e terreno íngreme. A condição climática adversa, somada ao solo encharcado pela chuva e à presença de animais peçonhentos, representa um desafio adicional para as equipes envolvidas na operação.
Segundo informações obtidas no local, os primeiros passos incluíram a preparação da área e o isolamento do trecho onde o ônibus se encontra. A equipe técnica realizou uma poda de árvores com o uso de guincho e começou a conduzir o cabo de aço que será usado para içar o veículo até uma zona segura. Após a remoção, o ônibus será transportado para o pátio da Polícia Civil, em Rio Largo, onde passará por perícia detalhada.
Remoção de ônibus na Serra da Barriga | Foto: Johnny Lucena |
O ônibus está preso entre pedras e vegetação, e há receio de que, ao ser movimentado, possa deslizar ainda mais morro abaixo, o que comprometeria a segurança dos profissionais e a integridade do material a ser analisado. Por essa razão, a estratégia adotada é de içamento — técnica que permite levantar o veículo sem arrastá-lo, reduzindo o risco de novos deslizamentos ou danos adicionais à estrutura.
A escolha do momento para executar a operação está sendo questionada. Após sete meses de espera, a ação ocorre em plena estação chuvosa, quando o terreno da serra está ainda mais instável e coberto por neblina. A demora, segundo relatos, teria permitido inclusive que o veículo fosse violado por curiosos e saqueadores, comprometendo possíveis evidências importantes para a perícia.
Remoção de ônibus na Serra da Barriga | Foto: Johnny Lucena |
Com um trabalho delicado em um ambiente hostil, a operação representa mais do que uma simples remoção: é uma tentativa de oferecer respostas a familiares das vítimas e evitar que novas tragédias semelhantes ocorram por falhas não corrigidas.