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Operação para remover ônibus da tragédia na Serra da Barriga começa sete meses após o acidente

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/ Por Redação

 

Remoção de ônibus na Serra da Barriga | Foto: Johnny Lucena
Uma força-tarefa formada por diversos órgãos de segurança pública deu início, nesta quarta-feira (25), à operação de retirada do ônibus que despencou da Serra da Barriga, em União dos Palmares, no acidente ocorrido em 24 de novembro de 2024, que resultou na morte de 20 pessoas e deixou 28 feridas. A ação, que envolve Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Polícia Científica, é complexa e pode se estender por até 48 horas.

O trabalho começou logo nas primeiras horas do dia, sob forte neblina que dificultava a visibilidade na área onde o veículo está localizado — a cerca de 200 metros do ponto de queda, em meio a mata fechada e terreno íngreme. A condição climática adversa, somada ao solo encharcado pela chuva e à presença de animais peçonhentos, representa um desafio adicional para as equipes envolvidas na operação.

Segundo informações obtidas no local, os primeiros passos incluíram a preparação da área e o isolamento do trecho onde o ônibus se encontra. A equipe técnica realizou uma poda de árvores com o uso de guincho e começou a conduzir o cabo de aço que será usado para içar o veículo até uma zona segura. Após a remoção, o ônibus será transportado para o pátio da Polícia Civil, em Rio Largo, onde passará por perícia detalhada.

Remoção de ônibus na Serra da Barriga | Foto: Johnny Lucena
De acordo com especialistas, a retirada do ônibus é fundamental para a análise técnica que busca identificar as causas do acidente. O perito responsável destacou que somente com o exame direto das peças, especialmente dos sistemas de freio e direção, será possível esclarecer o que provocou a tragédia. O objetivo é isolar fatores como falha mecânica, erro humano ou interferência do ambiente da via.

O ônibus está preso entre pedras e vegetação, e há receio de que, ao ser movimentado, possa deslizar ainda mais morro abaixo, o que comprometeria a segurança dos profissionais e a integridade do material a ser analisado. Por essa razão, a estratégia adotada é de içamento — técnica que permite levantar o veículo sem arrastá-lo, reduzindo o risco de novos deslizamentos ou danos adicionais à estrutura.

A escolha do momento para executar a operação está sendo questionada. Após sete meses de espera, a ação ocorre em plena estação chuvosa, quando o terreno da serra está ainda mais instável e coberto por neblina. A demora, segundo relatos, teria permitido inclusive que o veículo fosse violado por curiosos e saqueadores, comprometendo possíveis evidências importantes para a perícia.

Remoção de ônibus na Serra da Barriga | Foto: Johnny Lucena
Em março deste ano, a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o acidente, mas sem definir responsabilidades, justamente pela ausência da perícia no veículo. Agora, com a retirada em andamento, a expectativa é que as peças ainda existentes permitam aos peritos traçar um diagnóstico mais preciso sobre o que causou o acidente que abalou o estado.

Com um trabalho delicado em um ambiente hostil, a operação representa mais do que uma simples remoção: é uma tentativa de oferecer respostas a familiares das vítimas e evitar que novas tragédias semelhantes ocorram por falhas não corrigidas.

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