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Marcos Silva |
O estopim da crise foi uma controversa eleição antecipada para a mesa diretora da Câmara Municipal. A manobra, apoiada por Albuquerque, resultou na formação de uma nova maioria composta por sete vereadores — muitos dos quais eleitos na base do prefeito — e na recondução de Geraldo dos Santos à presidência da Casa. Aliados de Marcos Silva classificam o movimento como um "golpe político institucional", cujo objetivo seria enfraquecer a gestão e, futuramente, viabilizar um processo de cassação.
A reação do Executivo foi imediata e enérgica. O prefeito exonerou todos os ocupantes de cargos comissionados ligados aos vereadores que aderiram ao novo grupo de oposição. Entre os demitidos estão os secretários de Infraestrutura (Del), Cultura (Lazer Peixoto) e Esportes (Berg Júnior), além da controladora-geral do município (Mariana Andrade), todos parentes diretos dos parlamentares dissidentes.
Disputa por 2026 e Denúncias
Nos bastidores, a causa da ruptura está nas divergências sobre as eleições estaduais de 2026. Marcos Silva alinhou-se ao MDB, com apoio a Renan Filho para o governo e a Renan Calheiros para o Senado. Já Antônio Albuquerque articula um palanque para JHC (PL) ao governo e Davi Davino Filho (PP) ao Senado.
Em meio à tensão, a gestão municipal levantou denúncias de que os vereadores que romperam com o prefeito teriam recebido mais de R$ 100 mil cada um para apoiar a nova mesa diretora. Os parlamentares citados ainda não se pronunciaram publicamente sobre a acusação, que carece de confirmação oficial. Os vereadores que formam a nova maioria são: Marcinho Calheiros, Thaysinha Peixoto, Del Filho, Djalma Elias, Eliane Buarque e o presidente Geraldo dos Santos.
Resistência e Incerteza
Apesar do racha, quatro vereadores mantiveram lealdade ao prefeito Marcos Silva: Biel Calheiros (MDB), Everaldo Eusébio (MDB), Felipe Ferreira (Solidariedade) e Barra Nova (Solidariedade). Este grupo se retirou da sessão em protesto e protocolou um requerimento para impugnar a eleição da mesa diretora, alegando irregularidades no processo.
Com a governabilidade em xeque e a possibilidade de medidas restritivas por parte da nova maioria na Câmara, o clima em Messias é de forte incerteza política. Até o momento, nem o prefeito nem o deputado estadual se manifestaram oficialmente sobre os últimos desdobramentos.